segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A paranoia do rolezinho


Em matéria de criatividade para promover modinhas inúteis e polêmicas, ninguém supera o povo brasileiro. Taí o rolezinho pra comprovar isso. Pra quem ainda não sabe do que se trata o tal "pequeno rolê", seria mais ou menos isso: você chama e se junta a centenas de pessoas que nunca viu na vida e invade um shopping center com o único objetivo de fazer baderna e gracinha para câmeras de celulares (tem também aqueles mais discretos que preferem apenas roubar produtos em lojas, é claro). Legal, né?

Essa modinha já teria passado praticamente despercebida se não fosse por um dos tipinhos mais chatos e criadores de caso da sociedade: o comunista de faculdade paranoico que enxerga luta de classes em todo tipo de situação. Bastou notarem que no meio do rolezinho há um bom número de gente vinda da periferia, para já decretarem automaticamente que o "movimento" se trata de uma "luta social do pobre buscando seu espaço na sociedade em meio à opressão burguesa". Quando os seguranças dos shoppings e a polícia apareceram então, possivelmente choraram de ódio abraçados ao velho poster do Che Guevara...

Na cabeça desses paranoicos, há alguma lei federal que impede pessoas pobres de entrarem em shopping centers. Já disseram até que estamos vivendo um Apartheid no Brasil! Para eles é impossível enxergar (ou talvez simplesmente não queiram) que o problema está na baderna causada e não na classe social dos participantes. Eles não enxergam que no meio do rolezinho há muito moleque burguês também que entrou na onda por meio de eventos promovidos no Facebook. Por outro lado, há também entre os incomodados pelo rolezinho vários trabalhadores da periferia que apenas gostariam de curtir seu dia de folga em paz ao lado da família no shopping center, sem ter que aguentar gritaria, correria, roubos e o pior de tudo, o funk. Mas pra que ver por esse lado, né? O legal deve ser criar essa guerrinha entre pobre e rico, negro e branco, esquerda e direita... 


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